terça-feira, 14 de junho de 2011

Lúcia e sua amiga

Ah Lúcia! Você me prega tantas peças! Mandar alguém com sua boca e seus olhos na minha rua, pra me provocar? Pra me lembrar da sua existência? Não fode Lúcia! Isso tudo pra eu admitir que tua boca nunca saiu da minha?! Que teus olhos ainda repousam e fazem planos ao lado dos meus?! Pra que isso Lúcia? Você fica penetrando nas minhas entranhas toda hora. Esquece-me Lúcia! Deixa eu pensar em outras pernas, em outras bocas. Você me deixa surda Lúcia. Seu gemido é ensurdecedor! Não brinca com a minha língua. Deixa minhas mãos vazias! Chega de sexo no banheiro! Não quero mais teu acorde no meu violão. Não quero mais ver você em tudo. Não quero mais tua risada pueril. Liberta-me Lúcia. Liberta-me de você. Quero namorar sua amiga! Ela sim mora na minha rua. Ela sim faz o mesmo curso que eu. Ela fala francês, você não! Lúcia, diz pra ela ter sua boca, pra me provocar. Diz pra ela penetrar nas minhas entranhas o tempo todo. Diz que eu não esqueço e não quero esquecer. Diz que as minhas mãos estão frias, a procura de um acorde que preencha esse vazio.



- Minhas duas mãos frias.





Karin Segalla Ferreira