segunda-feira, 29 de março de 2010

As curvas da sua mão

De todos os lugares, tua mão eu prefiro.
Dentro dela existo, porque quero.
Se você mostrasse o palmo aberto,
Ainda assim, permaneceria alí,
Dentro dela, porque não me convém o deserto.
Sonho com o nosso passado
e o presente tão ausente
Que quero esquecer
Dizem que o coração é do tamanho do punho fechado,
então eu te peço para que me feche, amor.
E até quando você disser não
Ainda assim, serei teu coração
Me avise se passar da hora
Porque eu não quero ir embora
Se você não for
Me atrase pelos bons momentos
Me arraste pelos pensamentos
Me arranque sentimentos
E alí eu vou estar





Karin Segalla Ferreira

Wasn't me

E quero que você me tenha na tua mão pra sempre
O quanto você quiser
E quanto tempo for
Sonho com o nosso passado e o presente tão ausente
Que quero esquecer
E quando você for


Me avise se passar da hora
Porque eu não quero ir embora
Se você não for
Me atrase pelos bons momentos
Me arraste pelos pensamentos
Me arranque sentimentos
E alí eu vou estar


Karin Segalla Ferreira

Cartas para ninguém

E não quero mais voltar pra perto, eu não espero
E não enxergo
Mais nada além de ti
Quero que você me tenha dentro de mim
E em outros cantos
Sou teu erro mas acerto enquanto não tiver fim


-Fazer longas cartas pra ninguém.

?

Resolveu escrever sobre as pernas dela. De como ela andava: andar descompassado em seu ritmo, torto ao caminhar em linha reta, sem saber o rumo e qual seria o seu próximo caminho. Um andar desalinhado, sempre procurando a próxima parada. Qual seria então o outro asfalto que lhe conduziria?


-Me pergunto isso todo dia.





Karin Segalla Ferreira

Para ti

Se eu disser que te amo, - acreditas??
Todo fim de relacionamento traz uma lembrança de um primeiro encontro. Pois todo fim teve um dia, um começo. Ele queria dizer a ela, o quanto a amava logo que a conhecera. Dizer que ela era a mulher da sua vida, e que jamais amaria um outro alguém senão ela. Casou, teve filhos, separou, amou de novo. Tudo isso em sua mente perante a três palavras – oi, tudo bem? Acabara de conhecê-la. Mas queria impressioná-la lhe dizendo o quanto seriam felizes, o quanto se amariam. O quanto a desejara durante esses vinte anos. Queria mostrar que sabia que ela era a mulher que seria mãe de seus filhos, dois. Um casal. Quanto mais conversava com sua amada, mais tinha a certeza que era ela. Sabia que a faria sofrer, sabia que sofreria.
- Mas mais uma vez queria dizer tudo aquilo. Mais uma vez queria amar. Mais uma vez dizer que nunca amou assim em toda sua vida.



Karin Segalla Ferreira
Co: Fernanda Young

quarta-feira, 10 de março de 2010

A voz se cala e diz: até mais

Começara a escrever pequenas cartas de amor. Nunca enviadas. Desejara ter aquela mulher que o servia de exemplo para o que não se deve ser como um fruto proibido. Uma mulher que jamais seria humilde o bastante para dizer por suas próprias palavras o amor. Aquele que se sente mais do que qualquer outra dor pungente, mais do que qualquer sentimento de felicidade ou angústia, é aquele que se sente por todo o momento penetrando nas veias e disparando o coração.
Em um descompasso incessante de torpor, ele sentia aquela boca tocando a sua mais uma vez. Sentia suas mãos pulsarem junto daquelas que tanto desejara, assim, subiu aos céus. Quis acreditar que aqueles breves instantes de satisfação momentânea durariam para sempre. Ela? Ela não sentia mais nada. Apenas queria prazer. Prazer por prazer. Não pensava em satisfazê-lo, queria apenas que ele ficasse aos seus pés. E assim, poderia satisfazer-se completamente. Suas vontades, como mulher, eram superfluas. Ela queria homens aos seus pés por onde fosse. Cavalheiros que viessem acender o seu cigarro francês e a seduzissem pelo simples fato de ela ser irresistível. Ela gostava disso. Mas ele não. Ele a observava de longe, por muitos anos. Sonhava com ela quase todas as noites. Fazia juras de amor eterno, acordava, dormia, e sonhava o mesmo sonho. Cada vez mais real, e cada vez mais ele acreditava em suas utopias.

domingo, 7 de março de 2010

Home, home, home

Nao gosto da maneira que ela me olha. Ela me desconcerta e me deixa pensando nela o tempo todo. O resto das minhas 24h. E de certa forma eu ainda insisto em querer obtê-la por alguns instantes. Sonho com seus beijos e viagens ao seu corpo.
Minhas pernas trêmulas e as minhas duas mãos suadas, sem ação. Seus gestos estarrecedores. Sua boca que unia aqueles dois lábios carnudos. E aquele primeiro momento que ainda me cega. Não tenho mais lembranças, apenas a sinto em mim. Como uma azia que dispara meu peito em descompasso e o coração fica à deriva de mais uma noite de insônia.
Quem me dera tê-la mais uma vez em meu âmago. Segurar-lhe a vida como quem morre afogado, em desespero e agonia, buscando a luz para respirar mais uma vez. Talvez eu sinta demais. Talvez tenha pecado demais. Mas eu acho que pedir mais um breve instante, não é demais. Talvez.