Sentiu-o ali, presente. Não tinha certeza se estava lúcida o suficiente para distinguir se era apenas uma vaga lembrança ou sua intuição que lhe dizia que deveria procurá-lo. Sentiu aquele tempo escorrer em seus pensamentos, sentiu o abraço que dera nele, há exatos 8 anos. Não sabia o que fazer. Queria correr. Queria ir atrás dele onde quer que fosse. Queria que ele estivesse ali, para guiá-la em seu caminho a sua procura. Escreveu mais uma vez tudo aquilo que gostaria de ter dito. De ter ouvido. De ter feito e sentido. Provou da sensação mais estranha até então. Queria-o perto, de qualquer maneira.
- Ah! Como eu queria voltar no tempo. Fazer o tempo te trazer de volta pra mim. Eu sinto tua falta. Teu andar desalinhado, o arrastar dos teus chinelos vindo de encontro aos meus. Teu jeito desconcertado ao me sentir por perto. Teu sorriso ao me ver. Ah... Como eu queria tudo isso de volta. Parecia tudo tão certo. Parecia que ia dar certo. Fico a tua espera, pro resto da minha vida.
Assim, ficou ali. Esperando. Por mais alguns segundos, alguns minutos, anos. Angustiada, fugiu pra longe. Foi morar na praia. Ali, tinha certeza que algum dia viveria todas aquelas lembranças de novo.
- Eu te amo.
Chorou. Abraçou-o até o infinito. Beijou cada parte da sua face. Enxugou suas lágrimas e sorriu.
Viveu esse sonho por toda a eternidade.
(- Será que você vai saber o quanto penso em você, com o meu coração?)
Karin Segalla Ferreira
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