Na multidão busco meu amor, ainda anônimo. Seu rosto desconheço, entre tantos outros que passam pela avenida, que me esqueço - e por onde tantas vezes me perco. Nesse caminho, sentada na calçada, às vezes dançando na madrugada da lua à luz do meio-dia, numa melodia pura me desfaço, e permaneço intacta num laço desconhecido. Convertida me refaço e me despedaço em pétalas, percorro o prefácio e num acaso deslizo. Sussuro em teus ouvidos, provoco os teus sentidos e gero uma despedida - despida de tempo entro em teu pensamento, faço o silêncio, pois falo mais alto quando me calo. A sinfonia de desejo se perde nos teus traços, alcança o tom da tua alma e descongela a minha vida - congelada desde a última vez que te vi.
Karin Segalla Ferreira
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