Diante da ausência que ela havia lhe causado
só restava olhar pela janela;
ver os carros passando... em câmera lenta,
imaginar o que acontecia em cada andar do prédio ao lado.
Ela observava atentamente cada movimento das janelas,
a forma como as cortinas se abriam e fechavam
com o bater do vento e os passos das pessoas
caminhando pela rua movimentada de um sábado a noite.
Foi um sábado de surpresas, experiências e medos.
Talvez não surpresas, mas sorte.
E quem sabe não experiências, mas sim vivências
de ausência de medos e o esquecimento daqueles profanos beijos.
A ausência mais uma vez.
A falta do que se quer ter e não se tem.
O não saber como fazer, o que fazer, quando fazer.
E eu fico à deriva.
Na beira de um abismo.
E acredito que nem mesmo o todo sábio cinismo
tenha a audácia de me dizer que ela não me quer mais.
Karin Segalla Ferreira
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