Mais uma vez insônia. Começo a me lembrar da minha própria vida, dos meus próprios atos e percebo que não me recordo de quase nada. Tento lembrar de namoradas, histórias de baladas, mas nada. Nada vem à tona em minha mente. Lembro que há uns dois anos atrás, quando tentava relembrar de algum passado, era tão fácil. Não sei se porque eu ainda vivia algumas situações parecidas, ou alguns sentimentos. E hoje tá tudo tão diferente. Tão calmo, que chego a me assustar. Faz frio, e eu lembro um pouco dos dias que estive com ela. De uma breve história de Abril que acabou no inverno. Dividimos o mesmo teto. Mas algumas paredes nos separaram, e por fim terminamos ausentes. Lembro de tentar procurar atalhos, de passar noites em claro, pensando em como chegar até ela. Mas nunca consegui. Depois de algumas noites, enfim resolvi partir. Creio até ter ficado demais. Amado demais. Me entregado demais. Acreditado demais. Foi rápido. Mas tenho certeza que a amei o infinito. Longe de qualquer outro sentido por mim antes vivido. Só posso falar por mim. Foi bom, e passou. Como uma gripe que se pega num dia de uma aula chata. Você falta pela gripe. E depois, agradece por tê-la pego, por mais que isso tenha lhe feito mal. Nem sei mais o que estou dizendo. Mas minhas experiências cada vez mais me dizem que cada vez mais estou longe do amor. Ainda não entendi porque. Ainda não me perguntei por quê. Tenho ouvido discos da Cássia Eller e pensando em uma época em que eu não amava ninguém. E conseguia ser, pra mim, uma pessoa muito romântica. Acho que eu ainda não tinha sofrido por amor. Parecia tudo tão mais fácil.
-Mais uma vez inverno. Quem sabe Abril não demore tanto dessa vez.
Karin Segalla Ferreira
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